domingo, maio 13, 2007

Tarde de Maio...

Pouco passava das 19h quando começou a chover, as bátegas de chuva fizeram-se anunciar caindo nos vidros da janela, o dia já por si só foi enfarruscado, agora esta chuva ainda mais acinzenta a tarde tornando-a triste para mim, muito mais triste do que hoje de manhã quando acordei, novamente só...
è mais fácil escrever quando estou triste, talvez por ser a única forma que tenho de comunicar para alem do mundo, quando estou mais do que feliz, nem preciso estar aqui pois há sempre alguém especial com quem partilhar os dias de sol, quando não há sol, não há ninguém e por isso não vale a pena sair á rua, chove sempre...
É nestas horas que me lembro da minha ilha deserta, muitas vezes esta ilha é só minha, outras vez há mais alguém que me acompanha sempre, mas, quando só nessa ilha eu estou, sei que não haverá carteiro que trará más noticias, sei que não haverá leis e por conseguinte não haverá injustiça, teria a paz ao preço alto da solidão...
Quando não há vazio no meu coração, então nunca estou sozinho nesta minha ilha já sem solidão...

(A chuva abrandou mas a tarde nem clareou por um instante, também é o entardecer, é suposto assim ser...)

Por vezes não é uma ilha que eu quero, esta só serve de refugio...
Quero uma casa nem grande nem pequena e sempre com muita luz,
faço questão que tenha defeitos pois era desenhada por mim,
quero que tenha um quintal, mas um quintal bem grande onde poderia plantar desde flores a árvores de frutos e também vegetais e legumes, de manhã colheria algumas flores amarelas e violetas iguais ás que vi ontem mesmo junto á estrada onde parei para ver a luz da minha alma, faria um pequeno ramo que deixaria na jarra no centro da mesa da sala, traria comigo alguns morangos silvestres e cerejas do mês de Maio,
quero ter seis patos e seis galinhas, os patos porque sempre quis ter um, as galinhas porque põem ovos e não há nada como ovos caseiros...
Quero uma casa rodeada de paz, recheada de amor porque nela eu não moraria sozinho...
Tantas são as maneiras de dizer o que sinto e o que quero, esta é uma delas...
Tão parecida com outras maneiras minhas...






Semelhanças...



Boris Karloff e Bento Dezasseis, mal o vi fiz logo a comparação...
Lembro de Paulo VI e deste ultimo que morreu, ambos tinham uma feição sorridente,
mas este de agora nunca gostei dele, talvez pela semelhança tal, até pode ser bom rapaz, mas...prontos, que interessa? Não fosse a semelhança nem teria cá escrito nada sobre ele...

Areias finas...

O tempo passa como areias finas e brancas que se escapam por entre os dedos,
sinto que nada acontece de novo e sei que agora tão pouco posso fazer acontecer...
Que me valha a providencia pois ela existe, algures...
Caminhar sozinho...
Ninguém com quem falar...
Apenas quatro paredes, uma janela encoberta e uma tela por pintar...
Que saudades tenho de mim e das praias do tempo onde eu caminhei...
Hoje é dia 13 de Maio...Dia de Fátima, segundo sei...
Em 2001 também era domingo tal como hoje...
Sete anos, um espelho partido...
Sobrevivi...Quero o meu prémio, hoje...
Quero a minha vida de volta,
levo comigo tudo de bom que me aconteceu nestes sete pedaços de tempo,
o resto deixo ficar...
Fecha-se um ciclo, tenho fé que o novo seja melhor, tem de ser...
Ninguém fica para trás...