domingo, maio 06, 2007

Morrer...

Sim...
Não me deixes por aí...
Não me deixes ao deus dará...
Não morras nunca...
Nem nunca morrerei eu...
Morres-me a mim...
E eu sem ser escritor nem usar brinco na orelha,
deixo-me morrer...
Sinto-te...
Morro...
E tu deixas...
...

O diabo e eu...

Finalmente o grande mestre apareceu!

Tudo teve inicio quando a vida entrou numa fase reviravolta geral, toda a gente gosta de sentir a sua segurança e estabilidade, de adormecer sereno e acordar melhor ainda, eu não sou excepção..e quando rezar ao céu começa a falhar começo a ponderar se não estarei a orar ao santo errado, entre o paraíso e o inferno há meio termo?
Ou uma coisa, ou outra...mas, onde é que eu estou agora? Viver na terra não é ter paz mas também não é ter guerra, não é viver um inferno mas também não é um paraíso...E podia continuar a blogarear por aí fora, mas isto basta...
Usando uma frase feita em que "nós é que fazemos a vida e tudo que sucede é consequência dos nossos actos" está muito correcto para ambas as partes, mas...
(o "mas" e o "se" faço questão de abolir do meu vocabulário, mas...se, entretanto não posso, lá terei de os usar...)
E os leitores perdoem o facto de eu divagar entre varias histórias ao mesmo tempo fazendo jus ao leia três num só, há que pegar nos trailler e ver o filme todo seguido...
Onde ia eu que ia falar sobre o diabo?
A toda a gente aconteceu e ainda sucede ver-se numa enrascada sem solução á vista e de repente tudo se resolve como que se um anjo da guarda nos guiasse pelo caminho mais certo e durante essa caminhada arreda-se para o lado todas as pedrinhas que por lá apareciam tornando a nossa caminhada suave dando tempo para recuperar forças...
A mim já aconteceu muitas vezes cenas dessas...
Mas, quando se gasta todos os desejos que o anjo tinha para conceder e quando não há mais moedas para atirar ao poço dos desejos, ponho em causa toda a estrutura por detrás do altar...então, deixam-me a meio do caminho? Sim, já sei que me ensinaram a pescar e agora tenho de o fazer ao invez de me darem o peixe...
Mas...onde está o rio, o lago ou o mar? E a cana, a rede e os anzóis, sem falar nos ditos iscos? É como tirar um curso de arte piscatória e morar em pleno deserto,
como posso trabalhar como pescador onde não há peixe que não seja fora da agua já morto e congelado? De que me serviu o anjo quando me ensinou a pescar peixe num mar de areias secas?
De que me servia a mim ir á igreja assistir á missa das 11 e bater com a mão no peito, tudo a favor dos santos quando o maior destes é banqueiro (prós maus entendedores, isto é um trocadilho com o BES, entenderam?)
Voltando á vaca fria...
O dinheiro é coisa do diabo, dizem eles, mas no entanto na missa estendem um prato de palhinha de mão em mão afim de o encherem com...dinheiro...
Dinheiro? Porque falo tanto dele? Não o amo, mas preciso dele...isto dito assim soa mal...repito...
Notas? Porque preciso delas? Não as amo mas preciso delas...
E então eis que chega o diabo á cena...
Tudo aconteceu ontem á noite...mais uma noite de sábado á noite, (esta do sábado á noite foi de propósito) eu estava a ver um desses filmes que dava no axn e como já o tinha visto varias vezes, deixei que os olhos se fechassem lentamente assim como o sono vinha vindo...era quase meia noite, o relógio da sala faz a cantarola do costume dando as badaladas, eu como sempre desde que as oiça, começo a conta-las, é meu hábito...destas vez contei 13 e não a dúzia do costume...acordei em sobressalto mas logo o quarto iluminado pela meia luz da tv e do monitor do pc se tornou frio e preenchido de neblina gélida, o ar tinha um odor estranho que não o do incenso que esteve antes a queimar...estaria a sonhar?
Uma voz ecoou na minha mente...
Chamaste e eu vim...
Já sabes o que quero, que queres tu de mim?
Recuar eu não podia mas o preço do avanço eu também não queria, tentei negociar
e disse o que pretendia para a minha vida, mas nunca em troca da minha alma, esta seria sempre minha nesta e nas vidas vindouras, em troca eu lhe daria outras almas que durante a minha longa vida abastada eu seduziria e lhe faria chegar ás portas do inferno, dito e feito...
O negócio parecia ser bom para ambas as partes, ele obteria não uma mas varias almas e eu ficava na boa vida usufruindo tudo á minha maneira...
Anda, disse ele, vem ver como é o inferno...
Uma parte da neblina estava iluminada com uma luz de tons laranja, aproximei-me e ambos descemos, sentia as profundezas aproximarem-se...descemos durante alguns minutos, quando saímos da luz que nos envolvia, pensei que ia ver chamas e demónios com forquilhas a picarem o rabo das almas penadas, mas não...
Estávamos na rua em pleno centro da cidade, tudo era igual, tudo...
Mas...isto é o inferno? Indaguei eu...
Sim...Se as pessoas fossem boas, seriam anjos, não era?
Foi aí que eu tive a certeza que não há a terra, o paraíso e o inferno...
Há apenas o três em um, aqui há o tudo, o lado somos nós que escolhemos, mas quando fazemos as escolhas, como saber se o fazemos por nosso próprio discernimento ou se o fazemos sob a influencia de outros?
Sinto que andei de lado para lado, saltaricando entre o céu e o inferno...
Agora nada de contratos a prazo...passo a pertencer ao quadro...
Como sempre, um contrato precisa ser devidamente escrito e assinado...
Uma faúlha vinda de não sei onde tocou-me no dedo indicador golpeando-me com uma dor alucinante, entendi que estava prestes a assinar o acordo e assim o fiz...
Não me lembro de quem nem de como, lembro-me do odor que agora sei que era a enxofre e da neblina gélida...
Acordei, pensei que tudo tivesse sido um sonho...um pesadelo...mas não!
Era meia noite e um minuto, parecia ter decorrido mais tempo do que isso desde as doze badaladas mais uma...
tudo teria sido um sonho ou pesadelo, não fosse algumas marcas de casco fendido no chão gravadas a fogo...não fosse o pequeno golpe no dedo indicador da mão esquerda...
Tudo me leva a crer que amanhã será um novo dia...
Agora faço parte do inferno onde sempre vivi...
Pensem nisso...
Pensem também que podemos viver para sempre num espaço misto e partilhado, sem nunca deixar que os outros invadam esse espaço, é quase como amar uma única mulher sem deixar que terceiros entrem na nossa vida, na minha vida...
Tudo o que vale, é o que for mais durador, mesmo no inferno o amor tem valor pois une duas almas e estas arderão na paixão da eternidade...
Aproveitar o que a vida nos oferece é muitas vezes sermos parasitas sem eira nem beira...
Que esperar da vida quando esta vagueia pelo paraíso e pelo inferno?
Não sei se me fiz entender, mas a vida não se resume apenas á existência condicionada mas sim aquilo que queremos e por conseguinte fazemos acontecer, pois obstáculos vai haver sempre e morrer é como a gi Jane tocar a sineta...é desistir em troca da segurança e do que for mais fácil...